"E aquela frase onde diz que nos tornamos aquilo que mais temíamos, pois é. Dito e feito.

Parece que o mundo me virou as costas e meus sentimentos se congelaram. Olho no espelho e não me reconheço mais. Não há mais doçura, não há mais ternura e nem amor.

Na verdade quem virou de costas fui eu - por cansaço, desilusão, desamor. Consegui me segurar até onde deu. Me contive e me fiz forte diante as injustiças, partidas e ingratidão. Me endureci e por tempos, me mostrei feliz. Fingi suportar tudo.

Adoeci.

Me curvei e não mais consegui carregar todo o peso. Enfraqueci e me perdi de mim e da minha fé.

Meus olhos já não brilham. Meu sorriso é forçado e meu coração se escondeu na solidão."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Olhando para trás em minha vida

Cada milha que vivi cem vezes

Ainda sinto você em todos os lugares

Você puxa minha manga, me chama de volta para lá

[...] De volta para onde o norte encontra o sul

De volta para onde eu chamo de casa.

[...] Estou no norte, estou no sul, estou sem casa

Como a cicatriz que mantenho escondida debaixo da camisa

Este lugar sabe como machucar lindamente."

(Border town - Reillys)

 

"Eu e minha mania de ausências... Me perderam e me perdi de todos e de mim.
Ultimamente sigo só, sem rumo e sem porquês. Sem setas que me guiam, sem entender as intuições. Tudo se apagou, perdeu a cor e o caminho."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Eu e meu looping infinito de sentimentos e lembranças - revirando alguns arquivos, encontrei uma carta escrita há uns três ou quatro verões passados.

Confesso que li sorrindo. Exatamente como eu lia suas mensagens ou ouvia sua voz me dando bom dia.

Seu aniversário está próximo e nunca me lembro de esquecer isso. Trabalhar a mente, trabalhar os sentimentos, trabalhar o esquecimento. Nem 'trabalhando o trabalho de trabalhar' tudo isso eu te esqueço. E logo eu que não gosto de tatuagens, ganhei uma bem do lado de dentro, onde nem os anos e nem eu mesma consigo apagar..."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo."

(Fernando Pessoa) 

 

 

"Eu vou me recompor

Vou esperar até que seja para sempre

Vou encontrar alguém que fique

Quem não tem medo do que estou pedindo

Eu sei que o amor nunca é fácil [...]

[...] Estou sangrando

Mas estou bem com isso

Querido, estou bem com isso

É apenas uma mancha de sangue..."

(Wrabel - Bloodstain)

"Senti seu beijo como se fosse real, recebi o buquê - vermelhas e perfeitas, mas não vi seu rosto, que ironia! Talvez estejam certos quando dizem que sonhar com rosas é sinônimo de amor correspondido ou paixão secreta. Passei o dia todo remoendo e tentando relembrar seus detalhes, mas você esvaiu-se em meus pensamentos e me deixou perdida em saudade e devaneios sem fim..."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

 

"É exatamente assim que me sinto.

Meu corpo esvaziou-se e desde então, não consigo preenchê-lo.

É como se uma pedra fora amarrada me prendendo no fundo e me deixando sem consciência.

Todos se foram e a falta do que é verdadeiro dói.

As lágrimas ficaram mais amargas e o ar, sufocante.

Vejo meu reflexo gritando sem ser ouvido, caindo no esquecimento por não ser notado.

A solidão se instalou sem querer e permanece querendo..."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"É inexplicável a sensação que sinto quando você aparece nos meus sonhos.

Uma mistura de alívio com incerteza, parecido como quando misturamos doce com salgado.

Coisas de sonho, sabe? Mesmo que não seja seu rosto, o sorriso é inconfundível.

Todos os dias sinto sua falta. Todos os dias me pergunto porque.

Só desejo que esteja feliz e que um dia se lembre de mim..."

(Ela - Coisas entre Aspas)

 

"Sobre meu centro, meu eu - quando já me dava por vencida, me encontrei...

Ás vezes é preciso se perder. Perder as chaves, as senhas, os pertences mais queridos para assim sentir saudade, ter força para buscar e encontrar..."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

 

"Ontem.

Que ironia, não?!

Eu acordei, lembrei e sorri, como em todos os anos anteriores. 

Em silêncio, te mandei um sopro de muitas coisas boas.

E nesse mesmo silêncio, te desejei mais uma vez.

O universo já decorou e sabe de tudo. Temos um bonito acordo - Eu permaneço em silêncio e em troca ele leva todos os sopros até você!

Feliz Aniversário!"

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Hoje eu vi uma foto sua e isso me despertou sentimentos.

Como pode sentir saudade do que nunca vivemos?

Sentei no chão da minha consciência, cruzei as pernas - posição de meditação e comecei a respirar. Pausadamente, meus pensamentos começaram a refazer toda a nossa historia.

Como num telão imenso de cinema, ali estávamos nós.

Desde o primeiro contato. Desde o primeiro sorriso.

Nunca nos pertencemos. Nunca nem nos tocamos. Destino cruel ou imaginação boba demais?

Um dia achei que poderia ser diferente, que merecia uma chance. Mas não é não. E quando as ações superam as palavras ditas, cada vírgula invisível faz toda diferença.

Vidas diferentes, caminhos distintos.

O que me conforta é saber que tudo está bem e que a vida segue para ambos.

Você faz parte do meu conto de fadas mais real e confesso que nunca ninguém me tocou com tamanho sentimento mesmo sem sequer atravessar a rua.

Minha saudade hoje tem aroma de café frio e amargo e a garganta engole seco quando lembro que você só existiu nos meus sonhos de menina."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"E lá estava ele novamente, vivendo sua vida como se nada tivesse acontecido.

Ela havia se declarado, disse tudo que estava engasgado e sufocando.

Ele não deu resposta. Se calou e seguiu. Voltou para sua vida de incertezas e negações.

Negava a si mesmo amor, cuidado e felicidade.

A ele bastava algumas horas de alucinação sob efeito do álcool e a ressaca da mais pura solidão.

Bastava e ponto.

Então, ela arrumou seus sentimentos, recolheu seu coração, botou a cabeça no lugar e foi embora.

Dessa vez era pra não mais voltar. E, por mais que o sentimento ainda estava ali apertando o peito, estava decidido.

Olhou para o céu e chorou.

Foram lágrimas doloridas de quem fez de tudo e não conseguiu.

Chegou tão perto mas foi expulsa pelo seu inconsciente dominador. Não conseguiu lapidar aquela pedra bruta.

E então o sentimento se transformou em decepção, aprendizado e trouxe muita saudade. Saudade do que havia lá dentro e ninguém mais enxergava."

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Um dia, muito distante de hoje, irei conseguir contar sobre a nossa história. Sobre como foi te ver, pela primeira vez, no corredor de um supermercado, no meio de uma cidade desconhecida, como dois culpados por um crime nada perfeito.

Um dia conseguirei contar como foi reviver um amor do tamanho da minha alma, o meu primeiro amor. Um amor que me acompanhou por anos e adormeceu no passar da vida adulta.

Cresci e amadureci, mas não aprendi a te esquecer, e quando eu te abracei, foi como um vulcão em erupção. Aquilo tudo que estava adormecido acordou e eu não sabia o que fazer.

De repente me peguei te olhando e todos os sonhos pareciam pular e como num nado sincronizado, começaram a fazer todo sentido.

Confesso que vivi uma década em um dia. Deixei de falar muita coisa, nos precipitamos em outras, e sentir seu abraço me fez esquecer completamente todos os meus problemas e me fez viver um conto de fadas real.

Foi um sonho lindo, mesmo que por algumas horas.

Mas meu coração me enganou, mentiu estar tudo bem. Não, não estava. Mais uma vez essa história conseguiu partir meu coração, e desta vez sem conserto. Acabou.

E mesmo sabendo exatamente como tudo iria acontecer, eu arrisquei por mim, por você. 

E tudo que vivemos, vai ser guardado, pra sempre, no potinho de estrelas!"

(Ela - Coisas Entre Aspas)

"Ela era boba, sorria sozinha e amava as possibilidades.

Seu sorriso, tão doce, encantava os corações mais amargos.

Falava feito matraca e fazia todos rirem como ninguém. Gostava de brincar, mas também era séria e verdadeira nas horas certas.

Não era todos que tinham a chance de sua companhia e seus sonhos eram tão intensos que não me lembro conhecer alguém igual.

Amava o vento, a chuva e o Pequeno Príncipe.

Era menina, moça, mulher forte e concreta.

Ela era de verdade e não escondia de ninguém seus pensamentos malucos e sua mania de ler a alma de quem encontrasse pelo caminho.

Tinha um coração apaixonante, mas não era aberto. Poucos tiveram a chance de entrar.

Um desses poucos, em especial, o teve por um longo tempo, mas não soube cuidar. Numa de suas travessuras, o quebrou em pedaços tão pequenos, que ela nunca mais conseguiu consertar - Após chorar por dias, sentou-se e cuidadosamente foi recolhendo peça por peça, como um quebra cabeça infinito. Guardou tudo numa caixinha e a escondeu do mundo.

Um belo dia, resolveu abrir a caixinha e montar o coração quebrado.

Arrumou as peças e conseguiu dar forma novamente àquela bagunça, mas havia uma peça que havia sumido - sua identidade.

Ela não perdera sua essência nem tampouco seu sorriso, mas não sabia mais quem era e porque estava ali. Estava confusa, e toda aquela marra e destreza, agora dera lugar ao medo e as incertezas - nunca havia sentido isso antes.

Ela era base pra tudo, fortaleza e sabedoria nata. E de uma hora pra outra se sentiu presa e não sabia como se soltar daquelas amarras e como resolver tudo isso.

Estava sentada, chorando feito criança e pela primeira vez sentiu que estava sozinha, mesmo rodeada de pessoas que a amavam de verdade.

E de repente se deu conta que chorar não era um bom caminho.

No meio do caos, encontrou um velho amigo, e conseguiu finalmente ouvir um de seus conselhos.

Toda vez que queria chorar, se trancava no banheiro - ali dentro se sentia segura e sua fraqueza ficava somente entre ela e o silêncio. Então, levantou-se, olhou-se no espelho e pela primeira vez em semanas riu de si mesma - estava péssima, as lágrimas haviam borrado sua maquiagem e seus cabelos estavam horríveis.

De seu riso nasceu um brilho no olhar que há tempos estava adormecido. Não entendeu, mas continuou a se arrumar, mesmo pensativa.

Ainda não sabia, mas algo estava por vir..."

(Ela - Coisas Entre Aspas)